Alemanha inclui Twitter e Facebook no currículo escolar

Em quantas redes sociais você está inscrito atualmente? É muito provável que a resposta seja “em algumas” e não é para menos. Segundo dados divulgados pelo Ibope, ao longo de 2009, o número de brasileiros com acesso à internet cresceu 8,2%. Isto quer dizer que 67,5 milhões de pessoas podem ser consideradas incluídas digitais. Desses usuários, cerca de 86,3%, utilizam algum site de rede social e, considerando toda a população brasileira, chegamos à conclusão de que o acesso a este tipo de site alcança 31,7 milhões de pessoas.

O uso dessas redes é intenso principalmente entre crianças, adolescentes e jovens e, apesar de alguns sites como o Orkut permitirem a criação de perfis apenas para maiores de 18 anos, não é difícil encontrar menores utilizando o serviço. Recentemente o caso de jovens que utilizaram a Twitcam (uma ferramenta interligada ao Twitter) para transmitir imagens pornográficas gerou discussões sobre a capacidade dos adolescentes de limitar o nível de exposição pessoal nessas ferramentas.

Embora os dados sejam específicos do Brasil, essa tendência é um reflexo mundial. Na Alemanha, por exemplo, o estado da Renânia do Norte-Vestfália, vai incluir no currículo escolar aulas sobre redes sociais como o Facebook e o Twitter. A ideia do governo local é conscientizar os jovens sobre os riscos de revelar informações pessoais na internet. Segundo a secretária de mídia do estado, Angelica Schwall-Düren, o objetivo das aulas ‘é mostrar que a internet não apenas oferece chances e oportunidades, mas que também tem riscos que os estudantes precisam entender para exercer autonomia em relação à mídia digital“.

A Questão da Privacidade

Para os alemães os problemas com privacidade ganham contornos maiores por questões culturais e históricas ligadas à dupla ditadura, nazista e depois comunista. As gerações mais velhas se preocupam mais com o que empresas como o Facebook e o Google vão fazer com informações pessoais do que os jovens. Essas empresas têm sido muito criticadas pelo governo da Alemanha, principalmente a rede social, que tem mais de 2 milhões de alemães cadastrados e não possui uma política clara de preservação das informações privadas.

O Google, por sua vez, não consegue implantar no país o serviço Street View após ter confirmado que capturou dados privados de usuários conectados em Wi-Fi durante o período de coleta de fotos panorâmicas das ruas da cidade.

Passado Virtual
Atualmente já é possível encontrar, via Google, informações publicadas em redes sociais. Essa indexação permite a busca de pessoas na rede com facilidade, onde é possível encontrar comentários, fotos marcadas por amigos, vídeos, textos... E como fazer para apagar um conteúdo indesejado? Essa tarefa é praticamente impossível, pois na internet 2.0 os conteúdos são replicados muito rapidamente. Para Eric Schmidt, Presidente-executivo do Google, a sociedade ainda não compreende o que pode acontecer quando tudo é gravado e está disponível para todos o tempo inteiro. Segundo o executivo, é preciso ter cuidado para que uma foto indesejada publicada na adolescência, por exemplo, não venha a prejudicar alguém na vida adulta. O ideal seria então criar um apelido, ou nick, para não se expor demais na rede.

Redes Sociais e Educação
É possível usá-las como ferramenta educacional? Para muitos pesquisadores a resposta é sim. As redes sociais já fazem parte do dia-a-dia dos alunos e professores e, por isso, podem ser exploradas nas escolas. Elas favorecem o ensino e ampliam o aprendizado em sala de aula. Além disso, nas redes o processo de colaboração e troca de conhecimento é ampliado o que coloca o aluno como participante da construção de sua própria aprendizagem.

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