Esse é o título do livro de Ernani Ssó e conta dez histórias do folclore cheias de humor e movimento sobre a Morte.
A Morte e o Ferreiro
Há muito tempo, quando os bichos falavam e o sol tinha fases como a Lua, dois reinos vizinhos entraram em guerra. Foram tantas as batalhas que a Morte quase se cansou de trabalhar. Levava gente da manhã à noite, mesmo aos domingos. Quando tudo terminou, sete anos depois, a gadanha dela tinha perdido o fio e quebrado a ponta.
Então a Morte procurou um ferreiro, numa pequena aldeia, perto do último campo de batalha. Ele era um homem valente, não se assustou ao ver a Morte parada na porta.
-Já chegou a minha hora?
-Não. Preciso dos seus serviços.
A Morte mostrou a gadanha.
-Precisa de uma lâmina nova-o ferreiro disse. -Vai demorar um pouco. Melhor a senhora se sentar.
-Eu nunca sento - a Morte respondeu.
Entregou a gadanha e ficou num canto, confundida com as sombras.
O ferreiro segurou a gadanha, sentiu o peso dela e disse:
-Parece uma gadanha comum.
-É uma gadanha comum, na mão dos outros - a Morte disse.
O ferreiro trabalhou a noite toda. Pela madrugada, a gadanha tinha uma lâmina nova. Chegava a brilhar de tão afiada e pontuda.
A Morte saiu das sombras, pegou a gadanha, examinou-a.
-Ficou muito boa, ferreiro. Quanto lhe devo?
-Nada
-Então, obrigada. Até outro dia.
-Espere aí. Quero um favor em troca.
A Morte esperou.
-Quero que a senhora me avise com antecedência. Para eu me preparar pra minha hora.
-Avisarei - ela disse sem nem virar, e sumiu na rua.
Anos e anos se passaram. O ferreiro nunca mais teve notícia da Morte.
Na verdade até esqueceu dela.
Uma noite, voltando pra casa, viu um brilho branco nas sombras. Eram os dentes da Morte sob o capuz preto. O ferreiro disse:
-Tudo bem? Veio me avisar?
-Não. Vim buscá-lo.
-Mas como?! A senhora prometeu que ia me avisar com antecedência.
-Eu avisei.
-Não recebi aviso nenhum.
-Seus cabelos ficaram brancos?
-Ficaram.
-Seu rosto se encheu de rugas?
-Sim.
-Suas pernas ficaram fracas?
-Ficaram. Estou até usando bengala.
-Suas costas encurvaram?
-Encurvaram.
-Então, ferreiro? Quantos avisos mais você queria?
-Mas velho assim eu posso morrer com oitenta anos, com cem ou cento e vinte. Um aviso desses não me serve.
Quero hora com lugar certos.
-Está bem. Dentro de sete dias, aqui no jardim - a Morte disse e sumiu.
O ferreiro ficou quieto, pensando. Sete dias não era muito. Precisava se apressar.
Mas o ferreiro não se apressou. Nesses sete dias, fez o que sempre fazia, do jeito que sempre fazia. Apenas passou mais tempo com os netos, contando histórias.
Quando o prazo se encerrou, ele estava no jardim, à espera da Morte.
Ele não disse nada. Ela também não disse nada.
Foram andando juntos como velhos amigos.
Então a Morte procurou um ferreiro, numa pequena aldeia, perto do último campo de batalha. Ele era um homem valente, não se assustou ao ver a Morte parada na porta.
-Já chegou a minha hora?
-Não. Preciso dos seus serviços.
A Morte mostrou a gadanha.
-Precisa de uma lâmina nova-o ferreiro disse. -Vai demorar um pouco. Melhor a senhora se sentar.
-Eu nunca sento - a Morte respondeu.
Entregou a gadanha e ficou num canto, confundida com as sombras.
O ferreiro segurou a gadanha, sentiu o peso dela e disse:
-Parece uma gadanha comum.
-É uma gadanha comum, na mão dos outros - a Morte disse.
O ferreiro trabalhou a noite toda. Pela madrugada, a gadanha tinha uma lâmina nova. Chegava a brilhar de tão afiada e pontuda.
A Morte saiu das sombras, pegou a gadanha, examinou-a.
-Ficou muito boa, ferreiro. Quanto lhe devo?
-Nada
-Então, obrigada. Até outro dia.
-Espere aí. Quero um favor em troca.
A Morte esperou.
-Quero que a senhora me avise com antecedência. Para eu me preparar pra minha hora.
-Avisarei - ela disse sem nem virar, e sumiu na rua.
Anos e anos se passaram. O ferreiro nunca mais teve notícia da Morte.
Na verdade até esqueceu dela.
Uma noite, voltando pra casa, viu um brilho branco nas sombras. Eram os dentes da Morte sob o capuz preto. O ferreiro disse:
-Tudo bem? Veio me avisar?
-Não. Vim buscá-lo.
-Mas como?! A senhora prometeu que ia me avisar com antecedência.
-Eu avisei.
-Não recebi aviso nenhum.
-Seus cabelos ficaram brancos?
-Ficaram.
-Seu rosto se encheu de rugas?
-Sim.
-Suas pernas ficaram fracas?
-Ficaram. Estou até usando bengala.
-Suas costas encurvaram?
-Encurvaram.
-Então, ferreiro? Quantos avisos mais você queria?
-Mas velho assim eu posso morrer com oitenta anos, com cem ou cento e vinte. Um aviso desses não me serve.
Quero hora com lugar certos.
-Está bem. Dentro de sete dias, aqui no jardim - a Morte disse e sumiu.
O ferreiro ficou quieto, pensando. Sete dias não era muito. Precisava se apressar.
Mas o ferreiro não se apressou. Nesses sete dias, fez o que sempre fazia, do jeito que sempre fazia. Apenas passou mais tempo com os netos, contando histórias.
Quando o prazo se encerrou, ele estava no jardim, à espera da Morte.
Ele não disse nada. Ela também não disse nada.
Foram andando juntos como velhos amigos.
lol velhos amigos -.-
ResponderExcluirPutaaaaaaaaaa que pariuuuuuuu do céu
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirnao foi ele a do livro contos de morte morrida
Excluire eu gosteii bastante minha prof do 5ºano de agr ela le todos os dias adoreii esse livro anonimo muito legal adoreii show!
ExcluirQue loko!
ResponderExcluirvou procurar lá na biblio. da minha faculdade!
abr;
www.xaqueto.blogspot.com
morte morrida chega a ser uma expressão engraçada, sei lá se tu gosta de ler mas li "vingança de electra" e é mto bom recomendo
ResponderExcluirQuerido amigo avassalador...
ResponderExcluirMuito boa ! Se voce visitar alguma feira de nordestinos encontrará com facilidade as historias de cordel( livretinhos que ficam pendurados em um cordel, dai´o nome) Historias ricas e engraçadas... vale a pena procurar!
minha pofessora ler td mundo da sala gosta
ResponderExcluirMuoto bom,minha pofessora ainda esta lendo a morte e o medico mas gostei mas dessa do que a do pescador, essa mostra que a Morte tambem tem folga!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirparabens ao autor desse livro, ele tem muita criatividade!!!!!!!!!!!!!!!
eu adoreiii esse livro!!!!!pois minha prof.mandou
ResponderExcluirler
eu jali e muito loco e demaissssssssssssssssss
ResponderExcluirporque não leia você tambem
você vai adora tanto quanto eu
legal li o livro e gostei de todas mas essa e da hora
ResponderExcluireu ja li o livro mas essa historia foi a melhor da hora
ResponderExcluirja li alguns capitulos desse livro e ele é show de bola ;D
ResponderExcluirlI PARA MEUS ALUNOS E FEZ A CABEÇA DOS PEQUENOS. TODOS OS DIAS ME PERGUNTAVAM SOBRE A NOVA VISITA DA MORTE. NINGUÉM A ENGANA... ADOREI, RECOMENDO!
ResponderExcluirE BOM MESMO LI O LIVRO TUDO E TO PECISANDO DO RESUMO DA HISTORIA A MORTE E O PESCADOR E Ñ CONSIGO AJUDA AI GENTE.
ResponderExcluirQuem gostou desse livro certamente gostara do livro "13 casos de viola e violeiro" de Fabio Sombra. As historias tambem falam do alem Sao otimas!! Leio para meus alunos independente da idade e todos gostam
ResponderExcluirLeiam "histórias para sacudir o esqueleto". A certeza que tenho é que vão gostar muito, assim como Contos de Morte Morrida.
ResponderExcluiré legal essa historia alias todos vão morrer, mas para isso ninguem vai avisar fique esperto.
ResponderExcluirshow d bola, muito massa véio
ResponderExcluirshow de bola muito massa essa historia mas voces precisa ler as outras tambem.
ResponderExcluirna minha opnião todas as historias são boas eu recomendo. a morte e o fujão é a minha preferida. QUEM NÃO LÊ NÃO SABE O QUE TÁ PERDENDO.
ResponderExcluireu amoooo contos de morte morrida.É muito massa véio.
eu gostaria que alguem publicasse as outras historias seria muito massa e eu ficaria feliz da vida.
ResponderExcluirEu quase mijei nas caça
ExcluirFfdfghfdghjff
Excluirgostei! precisamos tratar a morte com mais naturalidade.
ResponderExcluirestou fazendo um trabalho da escola sobre a historia chamada de ¨ A morte e o fujao ¨ e muito legal a minha professora e a ¨catia ¨ gosto muito dessas historias sao muito engraçadas ate a proxima quen sabe ?
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