Será que a máscara veio para ficar e será usada após a pandemia?


Será que, em um futuro mais distante, teremos aprendido a usar máscara para sair de casa ao menor sinal de sintomas da gripe? Será que teremos entendido a importância de "proteger" o outro? Até bem recentemente, as únicas pessoas que víamos usando proteção facial em transporte público ou nas ruas eram aquelas com alguma condição médica que causa uma fragilidade do sistema imunológico (quem faz quimioterapia, por exemplo). Usar máscara de forma espontânea por estar gripado é prática raríssima desse lado do globo, talvez ainda mais incomum no Brasil. Quem já teve oportunidade de viajar para as grandes cidades do Oriente sabe que, por lá, essa medida é corriqueira. Possivelmente pela questão da aglomeração em grandes centros como Tóquio, Hong Kong, Bangkok, Pequim, entre outros, a população foi educada a se proteger e proteger os outros. Mesmo na Europa, não é incomum encontrar viajantes chineses e japoneses usando máscaras em aeroportos e transporte público.

O sumiço temporário da gripe

Um "efeito colateral" positivo do isolamento social e do uso maciço de máscara que foi constatado em diversos países foi uma queda importante do número de casos de gripe. Quando a pandemia ganhou a Europa na primavera do ano passado, os especialistas temiam pela chegada do inverno e a sobreposição de duas epidemias (gripe e covid-19), mas não foi isso que aconteceu, nem lá nem nos EUA.

Uma reportagem interessante do jornal The Atlantic mostra que praticamente não houve registros de testes positivos de influenza, vírus causador da gripe, em diversos laboratórios de grandes cidades americanas na temporada do outono e inverno de 2020 e 2021. A gripe, que em alguns anos chega a matar quase 60 mil norte-americanos, praticamente não teve espaço durante a pandemia.

No futuro ainda distante do controle da pandemia, com vacinas efetivas para a maior parte da população, seria importante que as pessoas aprendessem que em dias de resfriado ou gripe, talvez fosse melhor seguir a velha receita das nossas "avós" de tentar ficar em casa até melhorar. E, se isso não for possível, que usassem máscara em sinal de respeito e cuidado com os outros. Será que "pega?

Por Jairo Bouer.

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