Por Rainer Sousa
Mais do que simples celebrações, as festas delineiam um nicho de manifestações sociais em que um grande número de pessoas se encontra para estabelecer contatos, alcançar status ou se inserir em círculos sociais restritos. Vez ou outra, as revistas de fofoca noticiam e acompanham uma série de festividades que são consideradas “imperdíveis” para quem deseja se expor publicamente ou galgar alguma espécie de prestígio.
Folheando esse tipo de publicação, sempre encontramos – por repetidas vezes – um corriqueiro grupo de atores, modelos, milionários e celebridades instantâneas que não faltam em nenhuma dessas ocasiões. Em determinadas casos, chegamos a ter a estranha impressão de que “fulano” e “beltrana” vivem em função da próxima festinha onde poderão tirar fotos, expor roupas luxuosas e desfrutar outros pequenos prazeres. A esses temos o costume de delegar o indigesto título de “arroz de festa”.
Contudo, será que alguém já parou para pensar sobre o significado dessa estranha expressão? Afinal de contas, o que tem a ver uma pessoa frequentar muitos eventos sociais e ser comparada a um alimento de natureza vulgar? Se essas mesmas questões atordoam a você, é necessário recuar historicamente até a terrinha de nossos colonizadores para descobrirmos a origem do famigerado “arroz de festa”.
Em Portugal, o termo “arroz de festa” serve também para designar uma famosa sobremesa que temos o costume de chamar de “arroz doce”. Elaborada e trazida pelos árabes, essa iguaria composta por ovos, açúcar, arroz, leite e essência de flor de laranjeira, acabou tendo enorme receptividade nas festividades promovidas pelas famílias mais ricas de Portugal.
Com o passar do tempo, o arroz de festa se tronou um quitute obrigatório em qualquer evento que se prezasse. Mediante a sua recorrência, acabou também determinando a fama de quem não perde nenhuma festinha que seja!
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