O que foi a Democracia Corintiana?

Foi o nome dado pelo publicitário Washington Olivetto ao período em que os jogadores do Corinthians participavam das decisões do clube. De 1981 a 1985, tudo era resolvido pelo voto, das contratações ao local de concentração. O movimento existiu graças ao encontro das pessoas certas no momento propício. Em abril de 1982, o clube elegeu Waldemar Pires como presidente, encerrando o reinado de Vicente Matheus. Pires indicou para a diretoria de futebol o sociólogo Adílson Monteiro Alves, um cartola inexperiente que ouvia os jogadores. Entre eles estavam os politizados Sócrates e Wladimir. Foi aí que começou a revolução. Entre outras medidas, os atletas liberaram os casados da concentração. Em campo, a autogestão rendeu gols. O técnico Mário Travaglini levou o time às semifinais do Brasileiro e faturou o campeonato paulista de 1982. A Democracia começou a minguar em 1984, quando Sócrates foi para a Itália e Casagrande para o São Paulo. Em 1985, Pires tentou eleger Alves como sucessor e foi derrotado. Era o fim. Essa história é contada no livro Democracia Corintiana - A Utopia em Jogo, de Sócrates e Ricardo Gozzi.
Atletas tinham voz nas decisões do clube, mas alguns, como o ex-goleiro Leão, torciam contra.

-Os vilões
O goleiro Leão e o cartola Vicente Matheus foram os principais inimigos da nova filosofia. Leão fechou o gol nas finais do Paulista de 1983, mas saiu com fama de contra-revolucionário. Matheus tumultuou o ambiente para tentar voltar à presidência

-Os manda-chuvas
Waldemar Pires descentralizou as decisões da diretoria, nomeando vice-presidentes que assumiram setores específicos do clube. Sérgio Scarpelli, por exemplo, cuidava das finanças e Washington Olivetto respondia pelo marketing. O diretor de futebol Adílson Monteiro Alves foi incumbido de fazer a ponte entre os jogadores e a diretoria

-Os líderes
Sócrates, Wladimir e Casagrande preferiam o caderno de política ao de esportes na concentração. Os dois primeiros inventaram a autogestão. Casagrande chegou ao clube quando o movimento já começava a dar os primeiros passos

-Os coadjuvantes
O bom desempenho de craques como Biro-Biro, Ataliba, Zé Maria, Zenon e Eduardo dentro das quatro linhas foi fundamental para legitimar o movimento. No começo, muitos tinham medo de manifestar suas idéias. Com o tempo, ganharam funções forado gramado

-Turma vip
O publicitário Washington Olivetto nomeou corintianos famosos, como a cantora Rita Lee e Boni (manda-chuva da TV Globo), para um conselho de notáveis e divulgou o movimento no país inteiro. Tão apaixonado pelo clube que dispensou o salário.

Comentários

Postar um comentário